Olá minha gente, para expressar minhas considerações sobre desenvolvimento, cenário político atual e futuro tanto no plano Estadual como no Federal e abordagens sobre o atual estágio da educação brasileira em todo país e, mais especificamente no Estado do Tocantins e,também, sobre a ANDIFES da qual o Magnífico Reitor é o atual Presidente, vou transcrever, abaixo, meus comentários sobre a mencionada entrevista do título.
"Ao Magnífico Reitor ALAN BARBIERO,
Venho congratular-me com Vossa Excelência, pela brilhante entrevista concedida ao Jornal Opção, no dia 12 de novembro de 2009 (O Jornal Opção é de Goiânia), quando fez esclarecedoras colocações, eivadas de profundo conhecimento, sobre desenvolvimento, quadro político atual e futuro tanto no plano Estadual como no Federal, abordando com competência o atual estágio da educação brasileira em todo o país e, mais especificamente no Estado do Tocantins, além de falar, também, sobre a ANDIFES, Entidade da qual Vossa Senhoria é o atual Presidente e, que poucos, inclusive acadêmicos copmo eu, desconhecia sua existência e finalidade no contexto educacional.
Em relação ao desenvolvimento no Estado do Tocantins, embora aqui residindo a pouco menos de dois anos, compartilho das afirmações de Vossa Excelência de que o projeto aqui implantado (se é que existe um), a muito está ultrapassado. Ouso dizer, que este projeto nunca existiu.
Focado apenas em sua projeção política, o criador do Estado o Ex-Governador Siqueira Campos, não instituiu um plano de desenvolvimento que estimulasse a vinda de indústrias, bem como, grandes empreendimentos comerciais, visando a geração de empregos e, principalmente, propiciar a arrecadação de tributos para a manutenção da máquina administrativa. Também não incentivou a agricultura e a pecuária, dois grandes pólos de sustentação do Estado recém criado, com projetos de infraestrutura de logística, rodovias e hirovias afim de facilitar o escoamento da produção, gargalo aliás, que continua a dificultar o desenvolvimento do Estado até hoje, em que pese alguns projetos implementados pelo Governo Federal, como a construção da Rodovia BR-153 e, mais recentemente a Ferrovia Norte-Sul, sendo que esta última vem sendo construída lentamente, tendo em vista os embargos sofridos em função de irregularidades detectadas pelo TCU nos processos de licitação e aditamentos da obra.
Preferiu o Ex-Governador, na sua visão, promover o desenvolvimento do Estado, principalmente na Capital Palmas, fazendo crescer a máquina administrativa, com a nomeação de uma gama enorme de servidores comissionados, selecionados sem nenhum concurso, sómente por um único critério: o de favorecer. Esta prioridade, além de não estimular o desenvolvimento, ainda promoveu o inchasso da folha de pagamento, com o consequente aumento de gastos públicos, cujo investimento não possibilitou nenhum retorno. Tal procedimento foi copiado e mantido e, até aumentado pelos seus sucessores, vindo a ser um dos motivos de que se serviu o TSE, para cassar o mandato do Ex-Governador marcelo Miranda.
Bancar a economia e o desenvolvimento do Estado, sómente confiando na frágil estrutura da administração Estadual e Municipal focadas com a nomeação de mais e mais servidores comissionados, foi um erro crucial, cujas consequências se fazem sentir até este momento, sem prespectiva de um alívio num futuro próximo, pois o atual Governador também vem nomeando pelo critério do favorecimento (leia-se Assembléia Legislativa), uma quantidade enorme de servidores.
Em que pese o Estado do Tocantins deter um enorme potencial de riquezas naturais, inexploradas na sua quase totalidade, estando, inclusive, em uma posição de destaque em relação aos Estados vizinhos na Região Norte, como Vossa Excelência colocou, e muito bem, não foi elaborado, desde o primeiro Governo que por aqui se instalou, um projeto de desenvolvimento consistente para o Estado, com um planejamento abrangente, de longo prazo, cujo alcance deveria ser, de no mìnimo uns vinte anos. Ao invés disso, o que se constatou desde a criação do Estado, foi uma grande preocupação quanto ao aspecto político e, como fazer para se perpetuar no poder e obter o maior ganho possível tanto pessoalmente, como no plano partidário. O que se tem visto até aqui, foram dois grupos dominando a Gestão do Estado, atraindo para sí todo o espaço político, tando dentro do Estado, como e principalmente, na esfera Federal. O primeiro grupo foi liderado pelo Ex-Governador Siqueira Campos, que conseguiu manter a coesão de 1988 até 2006. O segundo grupo, liderado pelos Mirandas (pai e filho) surgiu, após a ruptura com o primenro grupo e, dominaram a política até a cassação do Ex-Governador Marcelo Miranda.
Com a ruptura inicial, e, com o processo de cassação consumado, esboçou-se a formação, embora timidamente, mas agora, ganhando corpo, um novo grupo capitaneado pelo novo Governador Carlos Gaguim. Como ainda não tem respaldo político, experiência administrativa, poder de aglutinação e persuasão, carisma e, principalmente tato e liderança, o Governador não fez, ainda, este grupo decolar e, provavelmente, não o conseguirá devido ao fator tempo isto é, o período muito curto do mandato-tampão e, por ser 2010 um ano eminentemente eleitoral, não será possível formar um grupo coeso, com vistas às eleições de outubro deste ano.
O cenário político diante dessa situação é incerto e imprevisível. O que se tem, diante da atual conjuntuura é muito falatório, acusações, brigas e indefinições. Infelizmente, para o Estado, isto acarreta um emperramento da máquina administrativa, fazendo com que se perca a governabilidade, deixando-a praticamente estagnada. Desde a cassação do Ex-Governador Marcelo Miranda, o que se tem visto são apenas trocas de favores entre o Executivo e o Legislativo, sem nenhuma objetividade para o Estado.
Ocorreu uma implosão na política tocantinense e, atualmente, não se entende mais nada. Partidos que eram oposição, outrora, hoje são aliados do Governador Carlos Gaguim e, outros, como o DEM, que apoiava o Ex-Governador Marcelo Miranda, se tornou oposição ao atual Governo.
As perspectivas para 2010 são uma incógnita e, para o Estado então, desastrosas. Nenhum dos pré-candidatos conhecidos até aqui, se propuseram a falar de programa de governo, nem um projeto de desenvolvimento sustentável e que abranja o período que vai de 2011 à 2014 e, muito menos, para um período de tempo maior. Todos estão preocupados é com o aspecto político, em fazer articulações, conchavos e alianças, visando atender seus interesses pessoais e partidários, não se importando com o Estado, suas carências e as necessidades da população, esquecendo-se do fato de que é ela quem elege a todos.
Dentro dessa configuração, não se pode vislumbrar o que irá acontecer e, quais serão as lideranças que terão fôlego para chegar até outubro de 2010, em condições de disputar, com reais chances de ganhar as eleições majoritárias. Certeza mesmo, só a candidatura do Ex-Governador Siqueira Campos, não em função de comprometimento com o Estado ou a população, visto que está em idade avançada, não tem boa saúde, tem poucos aliados, está estagnado no tempo e, ficou muito desgastado com os últimos acontecimentos políticos. O imbróglio em torno da cassação do Ex-Governador Marcelo Miranda atesta isto. O que deseja o Ex-Governador Siqueira Campos é lavar a honra segundo ele, primeiro, pela ruptura com os Mirandas (pai e filho) e, segundo, por não ter sido empossado, imediatamente pelo TSE, como Governador do Tocantins, para o mandato-tampão. Caso venha a ser eleito, e, mantendo este espírito, o que se pode esperar é um revanchismo exacerbado que trará, mais prejuízos ao Estado, por quatro anos ou, quiçá, até por oito anos, em caso de reeleição e, isto é possível de acontecer, pois a maioria do povo tem memória curta e não sabe votar.
A Nobre Senadora Kátia Abreu, agora uma celebridade nacional, se partir para um vôo solo, com a ajuda de alguns pequenos partidos aliados, é a que detem maiores chances de ser eleita Governadora do Tocantins inclusive no 1º. turno, pois não lhe falta carisma, competência e aceitação pelo eleitorado, segundo pesquisas já realizadas. Os recentes ataques que lhe foram deferidos pela Assembléia Legislativa do Estado, ao invés de prejudica-la, estão colocando-a em maior evidência. Ela está sendo beneficiada por aquele velho ditado: "FALEM MAL MAS FALEM DE MIM". A popularidade da Senadora é tão grande, que segundo pesquisa feita a pouco tempo atrás, se ela for indicada como Vice na chapa do pré-candidato José Serra, o porcentual dos que votam na chapa tucana, subiria de 39% para 41%. Isto é que está incomodando seus detratores.
Entretanto, se as conversações com o Ex-Governador Siqueira Campos evoluir para uma aliança, ela será prejudicada, pois o cabeça de chapa para o Governo do Estado vai ele, embora com chances redusidas de vencer.
O Nobre Senador João Ribeiro, embora seja do mesmo partido em que estou filiado isto pé o PR e, em que pese ser atualmente o sustentáculo do Governador Carlos Gaguim, não tem cacife, carisma, nem a preferência do eleitorado, para se eleger Governador do Estado. Nem com todo o apoio que tem recebido, sua candidatura vai deslanchar. A perspectiva que se vislumbra, é que mais para a frente, seu partido deverá se aliar ao PSDB do Ex-Governado Siquieira Campos e, reativar a antiga UT. O Senador João Ribeiro deveria tentar mesmo, é sua reeleição para o Senado e, se descuidar, poderá até não ser reeleito.
O Prefeito Raul Filho, lançado recentemente pelo PT, não tem poderes para definir suas aspirações políticas para 2010, pois é totalmente dependente do seu partido e, ainda, do próprio Presidente Lula. Só sairá candidato, se acontecer um racha no PMDB e, o palanque para a Ministra Dilma Rousseff ficar ameaçado no Tocantins. Não terá chances nenhuma de ganhar, se a disputa for com a Senadora Kátia Abreu ou o Ex-Governador Siqueira Campos.
Finalmente, temos o Governador Carlos Gaguim que, no momento, trabalha com indecisão. Aos olhos de todos e, por força das circunstâncias, ele diz que o seu candidato é o Nobre Senador João Ribeiro e que vai apoia-lo, até por uma questão de gratidão pois ele, o Senador, tem sido seu mentor até aqui. Por outro lado, o Governador carlos Gaguim acena para uma candidatura do Prefeito Raul Filho do PT, aliado de primeira grandeza do PMDB, partido do Governador. O próprio Governador, não reúne condições para se reeleger pois, fala muito, age pouco, não tem programa sólido de governo e, certamente, perderá o apoio da Assembleía Legislativa, dos Secretários e Presidentes de Autarquias que terão que se desemcompatibilizar até o mês de abril de 2010, aqueles que pretenderem concorrer a um cargo eletivo. Se não se definir a tempo, o Governador Carlos Gaguim, não vai conceguir nem mesmo uma eleição para Deputado Federal ou, Estadual.
Outros eventuais candidatos que venham a surgir, só o serão para aparecer na mídia ou confundir o eleitor.
É isso ai. Amanhã continuarei meus comentários sobre o cenário político nacional.